Timbre

Relatório de Delegação nº 4/2020/CBC2/GC-CBC

PROCESSO Nº 53500.005445/2020-63

INTERESSADO: COMISSÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÕES 2 (CBC2)

origem

CBC 2: Comissão Brasileira de Comunicações 2

evento

Satellite 2020

período e local

9 a 12 de março de 2020, Washington, Estados Unidos.

delegação

Chefe de delegação:

HUMBERTO BRUNO PONTES SILVA  – Chefe da Assessoria Técnica (ATC).

Chefe de delegação alterno:

RAFAEL PINTO PRATA - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações da Gerência de Espectro, Órbita e Radiodifusão (ORER) e Relator do Grupo Relator de Radiocomunicações 3 (GRR3) - Serviços por Satélite.

introdução

O evento Satellite é considerado o principal evento internacional da indústria de satélites tratando das questões mais atuais e prospectivas deste mercado, incluindo novas tecnologias e aspectos regulatórios.

Na edição da Satellite 2020 participaram representantes de governos, empreendedores, executivos e engenheiros, constituindo-se foro de divulgação e discussão dos diversos temas da agenda global de satélites, incluindo a nova indústria chamada de new space representada por novas operadoras de mega constelações de satélites banda larga  bem como startups que operam cubesats por exemplo.

O evento contou com cerca de 60 painéis e 260 palestrantes, além de uma área de exibição com stands expondo soluções de mercado e novas tecnologias para os próximos anos. Mais detalhes sobre o escopo e aspectos do evento constam em: https://www.satshow.com/.

Em função de evento de caso fortuito e força maior de escala global, e movimentos decorrentes das declarações proferidas por autoridades durante a semana do evento, em especial pelo  Diretor Geral das Organização Mundial da Saúde relativo a classificação de Pandemia Global do novo Coronavírus (COVID-19) na quarta-feira (11/03/20) e pelo Presidente dos Estados Unidos na sexta-feira (13/03/20) declarando emergência no país sede do evento, além da redução do número de participantes e cancelamento proativo por parte de empresas, a organização da Satellite 2020 emitiu comunicado declarando cancelamento do último dia de evento. Igualmente, entidades que já haviam confirmado reuniões marcadas com a delegação brasileira, como o regulador FCC (Federal Communications Commission) e operadoras SES/03B  solicitaram cancelamento das reuniões poucas horas antes dos referidos encontros, previstos para 12 e 13/03/2020 respectivamente.

ATUAÇÃO DOS DELEGADOS NOS TRABALHOS

Os servidores atuaram em conformidade com a Proposta de Composição de Delegação Nº 5/2020/CBC2/GC-CBC (SEI 5220539), acompanhando os debates dos painéis da Conferência, realizando reuniões e interagindo com operadoras, fabricantes, prestadores de serviço nos stands de produtos e soluções.

Além da obtenção de informações sobre tendências de mercado, debates regulatórios e novas tecnologias, também citadas no item 7, a delegação atuou orientando empresas estrangeiras interessadas no mercado Brasileiro, principalmente quanto a questões da regulamentação atual, temas da agenda regulatória afeta ao setor de satélites a fim de facilitar a futura entrada de novos players e produtos no setor de satélites nacional.

A fim de facilitar a interação, a delegação distribuiu folder informativo com panorama do setor de telecomunicações no Brasil de maneira visual , emoldurando as dimensões do mercado nacional  de maneira a refletir visualmente indicadores de potencial demanda de mercado para capacidade satelital e produtos do ecossistema de satélite, bem como um compilado regulatório afeto ao setor de satélites no intuito de facilitar a entrada de novos players no Brasil (SEI nº 5398440). O documento do anexo 1 (SEI nº​ 5407677) apresenta a lista de contatos estabelecidos com cerca de 30 empresas que incluem operadoras estrangeiras de satélites geo e não geoestacionários, sistemas de monitoração e missão crítica, regulador e consultores regulatórios, fabricantes de antenas phased array, filtros, sistemas de propulsão, teleportos, integradores, backhaul satelital e gateways.

Além disso, os delegados realizaram apresentação em reunião específica agendada a pedido do Presidente da Agência com representantes do Sindisat e Abrasat presentes ao evento (SEI nº 5402274​).

PRINCIPAIS RESULTADOS

A seguir aspectos relevantes identificados nos painéis da Conferência Satellite 2020 de maior destaque que puderam ser acompanhados pela delegação. Mais detalhes sobre os temas e painelistas em https://2020.satshow.com/conference-program/.

Destaca-se que os textos reproduzidos partem de informações interpretadas verbalmente, no decorrer do evento, havendo margem para eventuais interpretações distintas.

 

"Constellation Space Systems for Global Connectivity", com participantes de operadoras de grandes constelações NGSO tais como Oneweb, Iridium, SpaceX, Telesat

IRIDUM – O CEO da empresa, Matt Desch, comentou sobre mudança do cenário de constelações não geoestacionárias que no passado operavam com satélites de grande porte, representando maiores de desafios para os lançadores, e hoje a tendência são pequenos satélites. Citou sucesso de parceria com a SpaceX para lançamento da nova geração satélites Iridium (IridiumNEXT). Sobre IoT iniciaram em 2010 prestar serviço de conectividade em navios, e enxergam grande competição iniciando com muitas empresas de small sats ngso com baixo ARPU, e tecnologias de mais baixo custo do que os terminais high end que a Iridium fornece.

ONEWEB – Presidente da unidade de negócios para governo (Dylan Browne),  comentou sobre os grandes desafios da empresa para fabricar 3 satélites por dia. Quando perguntados obre preço para usuário final, citou que espera-se algo no início girando em torno de 150.000 USD para sistemas de aviação e 150 USD para usuário final. Citou que operadores GSO tem prioridade de espectro, e portanto mais segurança em seu negócio. O projeto Oneweb visa também dar novo uso às bandas Ka e Ku. Em relação a IoT os terminais Oneweb também poderão ser aplicados a gateways de IoT, bem como para o 5G principalmente na vertente de IoT. Com relação aos desafios regulatórios, devido a cobertura mundial, precisam trabalhar com muitos países. Não apenas em termos de obtenção de direito de exploração (Landing Rights) para a rede poder ofertar capacidade em todos esses países, mas para garantir serviços gerenciados em todo o planeta. Em relação a sustentabilidade no espaço, trabalham com altitude mais alta e bandas de frequência mais altas, portanto as questões de RF nem de visibilidade afetam a comunidade de Astronomia, como seria o caso da SpaceX, porém enxergam grande desafios de coordenação de radiofrequências, há muitas entidades com preocupações em relação a radiointerferencia potencialmente gerada por sua rede. Sobre o conceito de Satellite Servicing , entende como algo muito importante, citando a recente missão de MEV (Mission Extension Vehicle), missão de extensão de vida útil realizada com sucesso com um satélite Intelsat IS-901, e que também o perspectivas de missões de de-orbit no futuro.

SPACEX – o VP da Starlink e de vendas da SpaceX, Jonathan Hofeller, comentou que estão fabricando cerca de 6 satélites por dia, e sobre os desafios de se lançar 60 satélites por lançamento. Confirmou que a empresa tem chances sólidas de sucesso no projeto. Sobre o foco da Starlink, seria qualquer um que precise ter banda larga no planeta e que hoje não possui acesso a internet. Ainda não possuem um preço previsto para usuário final mas sabe que é um aspecto crítico para o sucesso da missão da empresa. Em termos de regulação, entende que não importa terem a melhor tecnologia se não está aderente à regulamentação, embora não tenha entrado em detalhes indicaram já estarem desenvolvendo parcerias para entrarem em alguns mercados. Em termos de sustentabilidade no espaço, estão trabalhando muito nessa área, como operam em altitude muito baixa, possuem um plano de mitigação de detritos muito forte e também já estão fazendo bastante coisa com o uso de veículos lançadores reutilizáveis. As primeiras demos da starlink demonstraram ser uma tecnologia muito diferente das atuais, e a questão da refletividade dos painéis mudou em relação a primeira geração lançada e a resposta tem sido positiva.

 

"Small Satellite GNSS, Earth Observation and Sensing Data Systems", com participantes de empresas e entidades que atuam na área de sistemas de satélites NGSO de observação da terra como Planet e Loft Orbital Universidade de Maryland;"AI & Robotics for In-Orbit Satellite Servicing" - Planet, Northrop Grumman, Harvard, Astroscale;

Loft Orbital – Desenvolvem tecnologia e operam sistema de agendamento de telecomandos para satélites EESS sob demanda de clientes, então se alguém os contrata para registrar imagens aéreas de Washington utilizam uma plataforma Cloud para realizar os agendamentos dos telecomandos para comandar o payload do satélite de registro das imagens. Sua solução permite migração de ambientes privados para Cloud. A próxima geração terá tecnologia de alta precisão dos satélites GPS para poder registrar a localização das imagens com precisão de 10cm. A rede utiliza inter satellite links. Além da operação do sistema EESS também negociam slots de lançadores de satélites para missões de cubesats. Recentemente foram contratados pela Eutelsat para desenvolverem sua missão de satélites de IoT, especificamente para desenvolverem a tecnologia de payload com software defined radio. Triplicaram tamanho desde 2019 e esperam em 2021 ja ter 3 ativos em órbita.

Planet – O fundador e CSO da empresa, Robbie Schingler, comentou que normalmente atuam em projetos em que o satélite é finalizado praticamente em cima da data de lançamento e estratégia que permite o uso da tecnologia mais atual. Em relação ao uso de plataformas Cloud, utilizam Google para negociar as imagens geradas, estão criando camada de mapa geolocalizada para que as empresas montem suas aplicações de sensores para IoT. Em termos de segurança, a Planet quando se fala em atender clientes e agências governamentais os cuidados nessa área refletem diretamente na reputação da empresa, sendo fundamentais pois geram cerca de 10TB por dia de dados de imagens. Em relação a constelação atual já possuem mais de 100 satélites em órbita coletando imagens da terra, são 3 tipos de constelações previstas, com diferentes tecnologias. A constelação de Cubesats DOVE possui as dimensões de uma caixa de sapato e 5kg e informou que também estariam substituindo a constelação com tecnologia mais antiga, assim como estudam permanentemente novas tecnologias para evolução futura. Sobre como obtém informação precisa sobre a localização dos satélites informam que o uso de GPS não é a única forma e que trabalham ativamente no Space Data Association e também adotam uma estratégia de abrir um canal de  broadcast em UHF para poder informar a sinalização de localização precisa dos satélites. Sobre uso de satélites GSO como possível canal de TT&C aumentando a disponibilidade da comunicação de comando e controle há um potencial enorme, podendo reduzir o custo tendo em vista que a comunicação com o satélite seria praticamente em tempo real e sem necessidade de muitas estações terrenas. Como desafios de 2021 entente a interoperabilidade de dados algo importante, com menos barreiras tecnológicas e possuem boas perspectivas com relação ao que o governo dos EUA almeja fazer em termos espaço. Mais sobre a planet em: https://storage.googleapis.com/planet-day-in-the-life/dist/index.html

 

"Global Spectrum Roundtable" - Morgan, Lewis & Blockius, LMI Advisors, LLC e Audrey Allison da empresa Boeing

O foco do painel girou em torno principalmente da questão da Banda C, processo de liberação da faixa pelos operadoras de satélites para implantação do 5G e decisões da Conferência Mundial de Radiocomunicações 2019 da UIT (WCR-19).

 

Carlos Nalda, da consultoria LMI comentou sobre os recursos anunciados recentemente pela FCC da ordem de 9.7 Bi USD, destinados para incentivar aceleração da migração dos operadores usuários da Banda C para liberação de espectro para operadoras móveis 5G nos Estados Unidos. Comentou-se sobre o papel de um “facilitador da transição”, uma entidade independente, definida pela decisão da FCC, que ficaria responsável por distribuir os recursos para operadoras de satélites e de estações terrenas, porém foram apresentadas críticas a potencial conflito de interesses.

 

A representante Audrey Allison da empresa Boeing, comentou também sobre preocupação com proteção da recepção de radioaltímetros em faixa adjacente a banda C, 4200-4400 MHz. Com isso haveria uma preocupação também do setor de aviação com proteção a serviços “chave” de segurança aeronáutica. Citou os 200 a 220 MHz de guarda que se espera, e ainda está em debate se seria suficiente para proteger os radares altimétricos. Sobre o lado do satélite, possuem clientes mas os maiores impactados pela migração para a parte superior da banda C seriam ressarcidos, o que incluiria a substituição de equipamentos e migração para outros satélites, e estão esperançosos de que a decisão da FCC cobriria isso.

O moderador indagou que trataria-se de um processo único nos EUA, com recursos financeiros indo diretamente para as mãos dos "incumbents" (operadoras de satélites). Muitos países olham as decisões da FCC e muitas vezes adotam de maneira análoga ao longo do tempo. Perguntou aos painelistas se entendem que este modelo poderia ser adotado em outros países ao redor do mundo. O sócio representante da empresa advocatícia Morgan, Lewis & Blockius, Timothy L. Bransford apresentou visão divergente, sinalizando que o modelo da FCC não seria um bom modelo, criticando que o arcabouço obviamente permite a FCC alterar termos de autorização, mas leva um tempo significativo. Acha que em alguns outros países poderia haver uma abordagem mais unilateral, através de uma data de desligamento obrigatório “sunset” e alguma compensação para operadores de satélite em banda C, com abordagem mais agressiva. Não acha que em outros países ocorrerá algo similar aos EUA. O representante Carlos Nalda, da consultoria LMI comentou que entende ser justo o modelo da FCC, e que os EUA possuem características únicas e em algumas regiões de Europa e Ásia a realocação já está acontecendo.

 

O moderador também comentou que migração de uso de satélite para faixas mais altas e liberação para terrestre é algo que deve ocorrer nos próximos anos, neste aspecto representante Timothy L. Bransford citou outro exemplo concomitante a liberação da faixa de downlink que é a faixa do uplink (6 GHz) que ocorre para uso não licenciado (ex: Wifi). Debates sobre regulamentação da FCC aberta no momento sobre uso da faixa de uplink, e que a tendência realmente seria para uso não licenciado.

 

Audrey comentou que os aspectos físicos das bandas Q e V, devido às características físicas de propagação possuem grande potencial para compartilhamento entre sistemas satelitais e terrestres, diferente da Banda C. Carlos Nalda comentou sobre um aspecto negativo da decisão da FCC que seria a proibição de permitir a continuação de uso da faixa 3.7 a 4.0 GHz pelos operadores de satélites em bases de não proteção de interferência, o que permitiria a continuidade ou uso de satélites em locais onde o 5G vai demorar muitos anos para ser implantado. Em parte, entende que a FCC não irá permitir pois para usar o argumento jurídico que estaria sendo usado pela FCC para facilitar (alteração das licenças) a destinação dos 9.7Bi USD e acelerar a implantação do 5G liberando cerca de 300 MHz nos locais onde o 5G será implantado seria  necessário proibir totalmente o uso pelas operadoras de satélite, mesmo que do ponto de vista de engenharia e gestão do espectro isso não fosse necessário pois a implantação do 5G será gradual e demorará muitos anos para chegar em todo o território. Timothy L. Bransford  (Morgan) deu visão distinta, citando que modelo do CBRS em que estações possuem caráter primário e outras secundário, e que as estações primarias têm uma zona de exclusão de cerca de 150km. Porém o argumento foi rebatido pelo Sr. Carlos Nalda dizendo que isso não seria necessário, ou seja, não haveria zona de exclusão (ou coordenação) caso o uso fosse definido como sendo em caráter secundário e sem direito a proteção de interferência. Timothy L. Bransford  (Morgan) colocou visão de que as operadoras móveis querem uso exclusivo da faixa, não querem lidar com potenciais tensões ou esforços de coordenação.

 

Audrey Allison mencionou algumas decisões da Conferência Mundial de Radiocomunicações da UIT 2019 (WRC-19) citando a decisão do item 1.6 a respeito do novo arcabouço regulatório para sistema NGSO em banda Q/V, regime de compartilhamento com redes GSO, utilizando metodologia mais dinâmica que trata de parâmetros de interferência “single entry” e “agregada”, em curto e longo prazos, com solução técnica altamente refinada, trata-se de uma regra mais dinâmica do que o normalmente adotado no RR, em que a cada ano deverá ser recalculado o valor de interferência agregada de todas as redes NGSO. Se funcionar bem será uma grande experiencia para o futuro. Carlos Nalda complementou comentando que este regime também poderia ser uma inspiração para compartilhamento NGSO-GSO em Ku e Ka também no futuro. Também mencionou a decisão o item 7 Issue A, que definiu os milestones para formalização da entrada em operação de grandes constelações (10% da constelação em 2 anos, 50% em 5 anos, 100% após 7 anos após o deadline regulatório).

 

Sobre compartilhamento de espectro e espectro para IoT, entende que o terá foco no mercado de serviço móvel por satélite (MSS) devido às características de mobilidade dos dispositivos, também foi comentado novo item da WRC-23 para espectro adicional para aplicações IoT em MSS.

 

 Keynote Speaker, Elon Musk, Engenheiro Chefe e fundador da empresa de lançadores, SpaceX, e da operadora de mega constelação de satélites não geoestacionários banda larga, Starlink;

Por se tratar de um empresário de altíssima visibilidade mundial, tratou-se de um debate de mais alto nível, onde o mesmo apresentou visões realistas sobre o projeto de banda larga NGSO Starlink, que visa principalmente cobrir e ofertar serviços de acesso a internet a todos os locais do globo, porém citando também casos de empreitadas que não tiveram sucesso.

Comentou sobre visões em matéria educacional, e que sua visão é de valorizar mais o conhecimento e capacidade de realização em profissionais de suas empresas do que prioritariamente um titulo acadêmico.

Também comentou sobre os projetos na área espacial, módulo Drago que possui contrato com a NASA para abastecimento da estação espacial ISS, bem como outras empreitadas desafiadoras de sua empresa SpaceX, como a Starship.

 

"Global Satellite Operators" - CEOs de Eutelsat, SES e Hughes/Echostar apresentando visões sobre o cenário global do setor de satélites;

EUTELSAT – O CEO Michel Azibert comentou sobre o projeto de rede de baixa órbita que será voltado para IoT com 25 a 50 satélites . Em 2 anos esperam estar com a constelação completa em órbita, a qual também terá integração com o protocolo de IoT Sigfox. Entende que muitos projetos de baixa órbita para banda larga são especulativos, ao passo que banda laga por GSO já é consoliddeo, além disso mercado NGSO é de alto risco, embora reconheça que ainda haja muita inovação a caminho. Sobre verticalização dos grupos concorrentes entende que isso pode afetar parcerias da Eutelsat futuras com empresas veículos lançadores de satélites (ex: SpaceX ligada a concorrente Starlink e Blue Origin da Amazon). A respeito de fornecimento de capacidade para backhaul celular, com o 4G este mercado atingiu o auge, e considerando que o satélite também será considerada uma tecnologia de acesso 5G, tal como  Release 17 do 3GPP, e isso crescerá muito na vertente de IoT sendo um enorme mercado para o satélite. Sobre como integrar, discute-se muito sobre isso e a interoperabilidade é fundamental para o LPWA, se essa rede for parte do 5G, melhor ainda segundo ele. O desenvolvimento deverá se dar de maneira conjunta com as operadoras e fabricantes de telecom. Quando se fala de 5G os modelos de negócio ainda não estão claros para eles, mas acha que eles consideram satélites. Falou também da tendência que os operadores de satélites estão se movendo cada vez mais para se tornarem “device operators”, ao invés apensa de ofertar capacidade, por isso é cada vez mais importante a padronização. Em relação ao mercado de vídeo, representa cerca de 50% da receita do grupo, sendo um mercado estável, havendo apenas um pequeno declínio na Europa devido a erosão leve de canais indo para OTT. No entanto, a penetração está cada vez maior, principalmente em países da África e Oriente Médio. Muitos novos conteúdos surgem, não acha que o vídeo tende a morrer principalmente em mercados emergentes, no oriente médio 99% das residências recebe a TV por satélite. Sobre entrarem na área de conteúdo não vêem isso como boa estratégia pois estariam concorrendo com seus próprios clientes, portanto atuam hoje basicamente em parceria com o cliente para melhoria de seu conteúdo. Em relação a decisão da FCC a respeito da Banda C, acha que não é cabível a judicialização, acham que haverá o leilão em dezembro de 2020, e estão alinhados no atendimento ao deadline.

HUGHES – O CEO Pradmal Kaul iniciou comentando sobre o grande sucesso da empresa na américa latina com o serviço de banda larga via satélite, especialmente no Brasil, atingindo quase 1.5 milhão de assinantes e receita de 1 Bi USD. O negócio segue evoluindo investindo em variedade de satélites geoestacionários. Em termos de NGSO, investiram na Oneweb, iniciando instalação dos terminais e operação comercial em 2021. Entende que a entrada da SpaceX e Amazon no mercado traz mais competição e pressão ao mercado, acha bom. Sobre 5G, haverá muita demanda de mercado de backhaul nos próximos anos. Acha que nos 5 primeiros anos haverá investimento massivo em fibras para adensamento do 5G, mas não acham isso preocupante pois focam no mercado não atendido. Para manter o mercado geoestacionário competitivo entende que devem focar mais no mercado de aviação, pois esses precisam de grandes coberturas, comentou a importante decisão da WRC-19 de regulamentação de mais 2GHz em banda Ka para ESIMs.

SES – O CEO Steve Collar acha que o futuro será um mix de tecnologias integradas, satélites vêm inovando partindo de um mercado de nicho para mercado de banda larga. Acha que a Amazon como entrante ainda levará tempo para se situar, enquanto isso a SES já estará na 2ª geração de sua constelação NGSO MEO (mPower). A questão da verticalização e a SpaceX se concorrentes e possuir lançadores também também é um ponto a considerar, hoje há uma parceria da SES com a SpaceX que lançou usou seu primeiro lançador reutilizado com um satélite da SES, mas em algum momento futuro a questão da verticalização poderá ser um problema. Sobre 5G, a SES acha que terão importante papel pois precisarão de muito backhaul, tem que ser entendido como vai ser o 5G, diferenças entre regiões e que o slicing é uma boa solução mas não acha que será um game changing para o satélite. Não acredita tanto no acesso direto 5G via satélite mas principalmente no backhaul que será o grande negócio banda larga e no caso de banda estreita será o IoT. A indústria precisa entrar fortemente na padronização da virtualização e integração com tecnologias de acesso, isso gera um custo muito grande e se não for feito irá gerar adaptações, e protocolos de conversão ineficientes. Em relação a  Space-based 5G e HAPS, acha muito difícil prestar o serviço 5G com HAPS, já comentaram muito sobre Loon que não teria avançado. Sobre TV e OTT isso tem um impacto significativo no negócio da empresa, pois atendem 360 milhões de residências, 1 bilhão de pessoas acessam redes SES. Não visam produzir conteúdo pois isso colocaria eles competindo com seus próprios clientes, e também requer altos investimentos. O desafio  é saber como montar serviços que não ameacem seus clientes. Em termos de aeronaves, são maiores provedores ao mercado aviação, cada vez mais competitivo. Enxerga como forte a tendência de demanda de gratuidade de banda larga em aeronaves (in flight), e quando chegar esse momento haverá uma demanda gigante mas com pressão por baixo preço. Entende que na WRC-19 o setor teve sucesso mas tem q ter atenção para onde algumas administrações nacionais estão caminhando em algum ponto, precisam de espectro pra entregar serviço principalmente em Ka e faixas mais altas no futuro. Em relação ao que impede a banda larga global via satélite para reduzir o hiato digital, acha q tem toda a questão econômica envolvida mas acha q estão fazendo muito progresso em reduzir preços. Sobre a decisão da FCC acerca da Banda C, entende que a decisão está bem clara, tem q migrar e que serão necessários muitos esforços de lançar vários satélites pra conseguir. Não falará sobre questão judicial com Intelsat. Acham o trabalho realizado na C Band alliance positivo e pretendem seguir a migração. Acha que está na hora de operadoras satelitais entregarem o que se comprometeram.

 

!Small Sats in GEO" - empresas GapSat, Astranis, Saturn Satellite Networks

Gapsat – O CEO da SMALL SATS Greg Daffner informou que pequenos satélites GEO são facilitadores para entrada em mercado, e testar demanda pra grandes satélites. Inclusive para testar demanda para futura fibra. São fabricados em meses ao invés de anos, e sua limitação é apenas a janela de lançamento, de 5 a 6 meses por satélite. Desafios de propulsão para chegar em orbita, depende mais do lançador que já deixa na orbita GEO ou usar outro Small Sat como veículo para chegar até a órbita GEO. Em termos de desafios regulatórios, diz que os filings na UIT normalmente são muito conservadores, com feixes globais. Entende que as bandas Q e V são grande oportunidade para os small sats.

Astranis – O CEO John Gedmark entende que é possível cumprir o papel de 1 grande satellite GEO com vários small sats GEO. Fabricam em 18 meses. Esperam chegar em fabricar em prazo de até 1 ano.

Saturn Satellite Networks – O CEO Jim Simpson acha q uma operadora pode ir ampliando capacidade lançando 1,2,4 satelites pequenos GEO e simular a capacidade um satélite grande GEO com uma lógica econômica mais interessante e operar na posição. Atualmente estao em ku e ka mas olhando pra Q e V

 

"Taking Stock of WRC-19: Risks and Opportunities for Satellite "- Intelsat, MEASAT, Bnetza (regulador da Alemanha) e Oneweb

Bntza German Federal Network Agency (regulador da Alemanha) – Alexander Kuhn, chefe de espectro internacional  acha que o compartilhamento entre IMT e FSS vai ser mais efetivo na faixa de uplink, na WRC23 deveria haver um relato sobre o que foi feito com os 17 GHz de espectro identificados ao IMT na WRC-19 antes de identificar mais espectro. Entende que a flexibilização da atribuição de frequências é sempre algo interessante mas gera um desafio enorme para coordenação do uso livre de interferências.

ONEWEB - Ruth Pritchard Kelly  Diretora de Assuntos Regulatórios, comentou sobre decisoes de NGSO, em especial sobre item 7 Issue A achou que os milestones ficaram longos, 14 anos pra BiU de toda uma constelação fará com que a tecnologia esteja obsoleta antes do BiU completo, Oneweb conseguira cumprir antes. Antigamente havia muitos paper satélites, mas hoje já estão sendo lançados. Enxerga que enquanto o satélite fizer uso das faixas para aplicações relevantes, e também fizer uso mais cedo de Bandas Q, V e W, e efetivamente o fizer, não precisam ficar preocupados. Também defende visão de que a atribuição deveria ser mais flexível e não pensar em alocar para um serviço ou outro.

Sobre a agenda da WRC-23, levantaram debates sobre como tratar o item 9.1.c , e que há cerca de 12 itens de satelites. Sobre os temas que devem dominar os debates futuros, os participantes indicaram:

·         Oneweb - Mobilidade e NGSO,

·         MEASAT - Mobilidade e ESIM

·         Intelsat - acha que o uso de ESIM em AP30B

·         Bntza - ESIM e NGSO (com uso de intersat links)

 

"South America and Small Satellites : On the Leading Edge of Innovation" - Euroconsult, Orbital Engenharia, Satellogic e Arcturus Jaguar Consulting

Euroconsult (http://www.euroconsult-ec.com/) - Pacome Reveillon sinalizou alguns números de tendência pesquisados pela entidade, como quantidade de satélites desta natureza deve multiplicar por 4 por ano, 1000 sats deve ser fabricados por ano (maior parte em LEO), 16 empresas na Am. Latina representando15% dos smallsats do  mundo. 50% são de mega constelações, 40% pequenas constelações e 10 a 15% de “one sat constelation”. Am. Latina possui na maioria projetos acadêmicos.

Espera crescimento de gastos de governo com satélites, incluindo substituição de frota e novos satélites.Sobre oportunidades com IoT, e perspectivas nessa década, citou que deveria haver mais programas para desenvolver esse potencial para permitir q essas capacidades de small sats podem ser aplicadas em massa . Isso deveria vir nos planos de governo em politica publica, não em contratos individuais de governo.

Orbital Engenharia, fabricante na área de produtos aeroespaciais – Celio CEO comentou sobre

  • Histórico sobre exploracao espacial em foguetes na Am. Latina, iniciado nos anos 60. Brasil e Argentina são lideres na Am. Latina. Depois, Peru, Chile (depois descontinuou) Colômbia, Venezuela, Bolívia e Paraguai criaram agencias espaciais. Programa OEA de colaboração entre empresas na area espacial. Comentou sobre Projetos de satelites NGSO AEB, SERPENS, INPE, ITA- CEI (Centro Espacial).

  • Envolvimento da ORBITAL nos projetos espaciais

    • Abriram unidade em Porto Rico, fabricam painéis solares e outros componentes

    • Trabalham em projeto de Veiculo Suborbital

  • Mercado ainda depende de demanda governamental, e expôs dificuldades para importação de componentes

Satellogic - empresa da Argentina, verticalmente integrada, fabricam e operam os satélites NGSO de sua frota.

  • Possuem constelação de satélites próprios, coletam os próprios dados, processam em solo e proveem soluções a clientes aplicando data science

  • Fundadores são da Argentina, mas possuem escritórios em outros países. Tem escritório e parceiro nos EUA, chegando em acordo com CompTIA

  • Satélites com 2 payloads de imageamento e também payload para IoT

  • Constelação de 10 satélites, próximo lançamento com mais 14 ao final do ano.Esperam chegar a 19 sats ao final de 2021. em 2024 esperam ter completado 300 satélites. Possuem 28 patentes, tecnologias proprias, inclusive patente nos EUA

  • Proveem serviço de imageamento, e serviços de dados e extrair valores das imagens, equipe de data science usam AI e machine learning para analisar as imagens provimento de serviços para Oleo Gas etc..

  • Ganharam o satellite award com o modelo de “satellite as a service”. Criaram um modelo de serviço para servir o cliente para usar o satélite como se fosse dele . E só pagam pelo tempo que orbita sobre seu território. As estacoes terrenas e treinamento são inclusos no pacote. Já foram nomeados para o Satellite Innovation Award

  • Fabricam em uma zona livre do Uruguai

  • Acordo de 30 mi usd com China para lançar 12 satélites, 1 por mês, são lançados em foguete dedicado, mas o que irão lançar esse  ano é via Ariane para uso próprio

Chile - Reeve Wolfford - Managing Member, Arcturus Jaguar Consulting

  •  AWS fechou parceria com centros de observação do Chile,  também em situational awarness. Comentou sobre alguns projetos de Universidades privadas desenvolvendo tecnlogia de interstellite links com uso de laser.

Moderador - falou sobre ações no Brasil, iniciativas para facilitar importação de equipamentos, inclusive no congresso. Chile comentou que muito vem evoluindo na cooperação EUA-Brasil. Brasil esta trabalhando em uma Lei espacial, incluindo benefícios tributários para o setor espacial. Senador Rocha do Maranhão propôs criar uma zona franca. Tem bastante acontecendo que faz o Brasil merecedor de estudos nessa área.

 

Small Satellite Regulations - International Perspective" - AB5 Consulting,  Infostellar e NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration)

Betty Bonnardel Azzarelli - CEO & Founder, AB5 Consulting & Chair, UK Chapte fez uma apresentação que indagou sobre os aspectos de licenciamento em geral para small satellites apontando aspectos regulatórios gerais que merecem atenção daqueles interessados no tema, e que variam de acordo com o país e o arranjo institucional da área de espectro, órbita e aeroespacial. Listou uma espécie de Checklist.

LICENCIAMENTO DE SMALL SATELLITES

  • Segmento Espacial

    • ITU Filings

      • Submeter através do Regulador

      • Coordination, BiU, Notification, Milestones

    • Licença para Lançamento e Operação de Satélites

      • Muitas vezes necessário através do Regulador Nacional (Agência Espacial)

      • Registro do Objeto Espacial

      • Third Party Liability (responsabilidade quando pertence a 3rd party).

    • Direito de Exploração no país (Landing Right)

      • Necessário em alguns paises para ofertar capacidade no país

      • Autorização/Licença de uso de Radiofrequencia

      • Licença de Rede, Registro

      • Pode requerer um parceiro local (ex. Indonésia)

  • Segmento Terrestre

    • Licença(s) de Estação Terrena / Estação de Controle

      • Através de um operador / teleporto local

      • Número de Estações Terrenas depende do Modelo de Negócio

      • Pode requerer coordenação com outros incumbents

      • Obrigatório e pode ser cara em alguns países

    • Centro de Controle de Rede e Centro de Operação de Negócios

      • Depende do modelo de negócios

    • Centro de Controle de Satélite

      • Ligado a licença de operação espacial

    • Internet / Rede

      • Licenciamento de Ponto de Presença

      • Interceptação

      • Requisitos de Segurança Cibernética

  • Segmento do Usuário

    • Padrões de equipamento (ex. ETSI)

      • Garantir que o equipamento não irá causar interferencia prejudicial e está em conformidade com Regulamentação de Segurança e Saúde (ex: Radiação Não Ionizante)

      • Certificação de Produtos

      • Fabricação e Laboratórios

      • Usar normas existentes ou nacionais?

Dentre os desafios e oportunidades que identifica para small satellites: NGSO em bandas Q/V, IoT em MSS, Short Duration Mission e novas faixas, Detritos, necessidades de landing rights para small satélites, assimetria regulatória para small satélites e aspectos de cibersecurity.

Infostellar  -Andrew - Fry - Director of Regulatory Affairs Infostellar comentou sobre solução "ComStellarStation",  cloud based , com APIs para acesso a ground stations, disponibilizando uma busca global de estações terrenas disponiveis ao redor do mundo. O maior desafio desse projeto é regulatório, atuam com estações terrenas UHF , S e Banda X. Com isso, facilitam a vida do usuário pois já possuem um “Streamline Regulatory approach”. Atuam nas ineficiências da regulação para facilitar que a missão saia mais rápido para o cliente que quer uma missão.Possuem um banco de dados de estações terrenas já licenciadas que podem ser agregadas ao projeto do cliente.

Pergunta aos painelistas : "é necessário mais ou menos regulamentação na área de Small Sats" ?

  • NOAA - Director, Commercial Remote Sensing Regulatory Affairs Office NOAA/U.S. Department of Commerce - A NOAA possui Autoridade legal dada pelos EUA para regulação de coleta de imagens do espaço, EUA esta atuando para mudar inteiramente o regime regulatório, feito com base em feedbacks , buscando desregulamentação.  Sobre a questão se os small sats precisam de mais ou menos regulamentação , entende que precisa de mais regulamentação especifica. Importante saber o que queremos proteger, teremos a mesma regulamentação de segurança nacional para imagens de baixa resolução como temos para imagens de alta resolução ? E não eh sobre resolução de imagem apenas.

  • AB5 Consulting - Entende que a Regulação deveria ser "enabler", para criar oportunidades, regras devem poder ser questionadas para revisão continua , devem ser justas. Em termos de exigências de Landing Rights pode ser repensado, pois para missões do tipo "short duration" a abordagem de landing right atual pode ser um problema, imagina uma pequena entidade com solução comercial de IoT ter que obter em cada país ? Entidades têm que ajudar os reguladores a mudar e promover as mudanças na regulamentação nacional para permitir os novos sistemas.

  • Infosterllar - não se trata de menos ou mais, o que é necessário é a regulação adotada no tempo correto, e a autorização também. Em termos de "ground segment". Não é em termos de menos regulamentação mas precisa haver uma harmonização entre as regulamentações nacionais. As entidades são pequenas, missões curtas e as constelações cobrem muitos países. Cada pais faz de um jeito. França por exemplo exige muitas informações, em outro pais eh uma folha de papel. Quanto mais harmonizado e padronizado o processo de autorização melhor para os negócios.

  • Moderador - o único local que se verifica essa harmonização entre os países é na Europa

  • Sobre definição de Short Duration Mission da WRC-19, comentou-se que é um desafio muito grande pois são muitas variantes, NOAA também acha perigoso criar essa definição assim como Infostellar, que também entende que a regulação atual ainda não conseguiu estar adequada a este perfil.

  • AB5 Consulting espera do regulador que seja avaliado o risco de impor muita regulação, ou de baixa regulação, caso seja possível ter espaço para repensar, entende que a abordagem de gerenciamento de risco para avaliar a necessidade é uma boa abordagem. Também  ilustrou o fato de que uma faixa especifica para short duration comercial facilitaria reduzir uso inapropriado de faixas radioamadores por aplicações comerciais, e ao mesmo tempo reduzir risco de interferência a sistemas de grande porte. Moderador  também acha necessária essa distinção, tal como a Resolução da WRC-19 sobre short duration missions

  • Em relação a Space Debris, a NOAA não esta envolvida nisso, regulam apenas Earth Observation, mas sabem que o dept. de comércio está também preocupado, levam a sério o assunto, estão atuando para que haja autoridade para ação nessa área

  • Wrap up - o que fazer ?

    • NOAA - chamou para participação de interessados no processo regulatório que conduzem nos EUA

    • Infostellar - tentam ajudar os clientes nessa área regulatória dados os desafios apontados

    • AB5 Consulting- operadores tem que ter estrategia de operação e também uma estrategia para atender os aspectos regulatórios, reguladores tem ajudado e estimular a que se aproximem deles

    • Moderador - disse que a FCC esta alterando regulamentação e colocando ainda mais obrigações aos small sats

Em relação à feira, os delegados interagiram com diversos expositores, estabelecendo contatos conforme previsto na Proposta de Composição de Delegação. Conforme já mencionado, a fim de facilitar a interação, a delegação distribuiu folder informativo com panorama do setor de telecomunicações no Brasil de maneira visual , emoldurando as dimensões do mercado nacional  de maneira a refletir visualmente indicadores de potencial demanda de mercado para capacidade satelital e produtos do ecossistema de satélite, bem como um compilado regulatório afeto ao setor de satélites no intuito de facilitar a entrada de novos players no Brasil (SEI nº 5398440).

O documento do anexo 1 (SEI nº​ 5407677) apresenta a lista de contatos estabelecidos com cerca de 30 empresas que incluem operadoras estrangeiras de satélites geo e não geoestacionários, sistemas de monitoração e missão crítica, regulador e consultores regulatórios, fabricantes de antenas phased array, filtros, sistemas de propulsão, teleportos, integradores, backhaul satelital e gateways.

 

POSIÇÕES E CONTRIBUIÇÕES BRASILEIRAS

Embora o evento não possua escopo para contribuições tais como os foros intergovernamentais tradicionais, durante a missão, a delegação interagiu com diversas empresas presentes ao evento, apresentando informações sobre o ambiente regulatório nacional,  distribuiu folder informativo com panorama do setor e compilado regulatório afeto ao setor de satélites no intuito de facilitar a players interessados em entrar no mercado brasileiro (SEI 5398440) e se posicionou quando consultada a respeito de aspectos regulatórios gerais de interesse como regulamentação de satélites, certificação de antenas para estações terrenas, dentre outros.

Também realizou apresentação em reunião com participantes de empresas Brasileiras do Sindisat e Abrasat (SEI 5402274) presentes ao evento.

ATIVIDADES DECORRENTES

Devido ao cancelamento das reuniões junto a SES/O3b e FCC foi negociada a possibilidade de videoconferência que poderá ser estabelecida a critério e interesse da Agência;

Em relação aos contatos dos consultores regulatórios ligados a Small sats, interações poderão contribuir para melhoria do arcabouço regulatório nacional à luz dos itens 37 e 38 da Agenda regulatória 2019-20, bem como suas contribuições poderão favorecer ações da Agência para melhoria das orientações regulatórias nacionais através de site e materiais informativos (ex: Manuais etc..);

A partir de um contato estabelecido com o CEO da operadora NGSO KLEOs , serão realizadas videoconferências e instruções por e-mail para que a empresa possa se planejar e, eventualmente, atuar em consultas públicas sobre o tema e dar entrada no pedido de direito de exploração de satélite estrangeiro no Brasil;

Interações com a operadora NGSO Kepler, com a qual houve um contato mais próximo no stand e em troca de emails também deverão avançar visando possível novo direito de exploração de satélite estrangeiro no Brasil;

Para as empresas fabricantes de antenas phased array para os quais foram passadas orientações iniciais acerca de procedimento de certificação e homologação de produtos, será dado direcionamento junto à Gerência de Certificação (ORCN);

DOCUMENTOS RELEVANTES

Folder Informativo "Overview of Telecommunication in Brazil (dez/19)" (SEI nº 5398440)

Apresentação "Panorama Regulatório 2020 - Satellite 2020, Washington DC" (SEI nº 5402274​)

Lista de contatos estabelecidos (SEI nº  5407677)

PARECER DO(S) COORDENADOR(ES)

A atuação da delegação brasileira no evento se deu em conformidade com a Proposta de Composição de Delegação, e pelos aspectos apresentados esta coordenação considera que houve um resultado positivo, tendo em vista o universo de informações relevantes ao processo regulatório nacional, contatos estabelecidos bem como orientações para facilitação futura de novos players no mercado Brasileiro.

Desta forma, esta Coordenação posiciona-se favoravelmente à aprovação do presente relatório de delegação.


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Documento assinado eletronicamente por Humberto Bruno Pontes Silva, Chefe da Assessoria Técnica, em 02/04/2020, às 08:57, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 23, inciso II, da Portaria nº 912/2017 da Anatel.


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Documento assinado eletronicamente por Rafael Pinto Prata, Membro de Delegação, em 02/04/2020, às 08:58, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 23, inciso II, da Portaria nº 912/2017 da Anatel.


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Documento assinado eletronicamente por Agostinho Linhares de Souza Filho, Coordenador da CBC2, em 02/04/2020, às 10:41, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 23, inciso II, da Portaria nº 912/2017 da Anatel.


QRCode Assinatura

A autenticidade deste documento pode ser conferida em http://www.anatel.gov.br/autenticidade, informando o código verificador 5402426 e o código CRC 8490D1BB.




Referência: Processo nº 53500.005445/2020-63 SEI nº 5402426