Boletim de Serviço Eletrônico em 06/02/2018

  

  

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES

  

Ato nº 13973, de 20 de novembro de 2017

O SUPERINTENDENTE DE OUTORGA E RECURSOS À PRESTAÇÃO - ANATEL, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pela Portaria nº 419, de 24 de maio de 2013, e

CONSIDERANDO a competência dada pelos Incisos XIII e XIV do Art. 19 da Lei n.º 9.472/97 – Lei Geral de Telecomunicações;

CONSIDERANDO o Inciso II do Art. 9º do Regulamento para Certificação e Homologação de Produtos para Telecomunicações, aprovado pela Resolução n.º 242, de 30 de novembro de 2000;

CONSIDERANDO o Art. 1º da Portaria nº 419 de 24 de maio de 2013;

CONSIDERANDO o constante dos autos do processo nº 53500.081332/2017-69;

RESOLVE:

Art. 1º  Aprovar os requisitos técnicos para avaliação da conformidade de modem digital HDSL ou MSDSL, conforme o Anexo I deste Ato.

Art. 2º  Este Ato entra em vigor na data de sua publicação no Boletim de Serviço Eletrônico da Anatel.


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Documento assinado eletronicamente por Vitor Elisio Goes de Oliveira Menezes, Superintendente de Outorga e Recursos à Prestação, em 06/02/2018, às 10:58, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 23, inciso II, da Portaria nº 912/2017 da Anatel.


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ANEXO I

REQUISITOS TÉCNICOS PARA AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE DE Modem digital HDSL OU MSDSL

 

OBJETIVO

O presente documento visa estabelecer os requisitos técnicos para avaliação da conformidade de modem digital que utilize as tecnologias HDSL ou MSDSL.

 

REFERÊNCIAS NORMATIVAS

Recomendação V.35 do ITU-T (edição de 1984).

Recomendação V.36 do ITU-T.

NBR 13415/1995.

NBR 13416/1995.

NBR 13417/1995.

 

DEFINIÇÕES

MODEM TL (MTL) - é o modem configurado como mestre, responsável pela geração do sinal de sincronismo na interface de linha entre os modens.

MODEM TR (MTR) - é o modem configurado como escravo, operando com relógio regenerado extraído do sinal recebido da interface de linha entre os modens.

 

REQUISITOS APLICÁVEIS E PROCEDIMENTOS DE ENSAIO

Requisitos de desempenho

O modem devem apresentar Taxa de Erro de Bit (BER) menor ou igual a 10-7 quando submetido ao ensaio de desempenho aos testes de loops de linhas.

Procedimentos de ensaio relativos aos requisitos de desempenho:

O laboratório deverá dispor dos seguinte instrumental de testes:

Simulador de Linhas; e

Analisador de Dados.

O simulador de linhas deverá permitir a seleção das seguintes configurações de linha:

 

 

Figura 1 - Linha Tipo 1

 

 

Figura 2 - Linha Tipo 2

 

 

Figura 3 - Linha Tipo 4

 

 

Figura 4 - Linha Tipo 5

 

 

Figura 5 - Linha Tipo 6

 

 

Figura 6 - Linha Tipo 7

 

 

Figura 7 - Linha Tipo 8

 

 

A perda de inserção em cada uma das configurações deve ser menor que 30 dB a 150 kHz.

Para a realização do ensaio, será necessário simular as seguintes degradações:

Paradiafonia:

a paradiafonia simulada deve ser introduzida no receptor do modem em teste. Esta é obtida a partir de uma fonte de ruído branco aleatório, modelada por meio de um filtro gaussiano calibrado;

a fonte interferente é modelada em frequência e estabelecida em um determinado nível de forma a simular a paradiafonia de 49 pares interferentes, que compõem um grupo de pares de cabo;

após a aplicação de um modelo simplificado da paradiafonia para a densidade espectral de potência (dep) assumida de interferência, obtém-se a "dep" da paradiafonia como sendo Pnext;

a equação a seguir representa a dep, por meio da integral de Pnext com relação a frequência que varia de 0 a infinito, fornecendo a potência em watts;

 

 

o modelo simplificado da paradiafonia é decrescente com inclinação de 15 dB/década e com atenuação de 57 dB em 80 kHz;

a paradiafonia simulada deve ser aplicada num nível de tensão com uma impedância apropriada para não perturbar a impedância do cabo ou do transceptor;

a paradiafonia simulada dada pela equação apresenta dois termos "A" e "B", onde "A" representa a diafonia de 49 sinais interferentes e "B" é uma função de transferência de paradiafonia decrescente à 15 dB/década de frequência e com 57 dB de atenuação em 80 kHz;

para as linhas definidas a margem de ruído injetado deve ser 6dB.

Ruído metálico: uma simulação de ruído por indução de linhas de energia elétrica (frequência 60 Hz e suas harmônicas) deve também ser introduzida no receptor do modem. O ruído deve consistir da combinação de quaisquer duas harmônicas, listadas na Tabela 1 abaixo, com seu respectível nível de potência.

 

 

Frequência (Hz)

Potência do tom (dBm em 135 ohms)

60

-47

180

-49

300

-59

420

-65

540

-70

660

-74

Tabela 1 - Nível de potência das frequências harmônicas

 

O laboratório de ensaio deve realizar a seguinte montagem de teste:

 

 

Figura 8 - Montagem de teste

 

 

Nesta montagem, deve-se aplicar o seguinte procedimento:

Utilizar uma interface do equipamento para conectar ao analisador.

Programar o modo de operação do analisador para operar conforme interface disponível do equipamento.

Fechar laço digital no equipamento remoto.

Configurar a linha de teste no simulador de linhas e inserir as condições de degradação especificadas anteriormente, com o receptor do modem em avaliação configurado ora como MTL ora como MTR.

Ativar a(s) interface(s) de Linha e medir a taxa de erro durante 13 minutos.

Repetir os procedimentos anteriores para cada uma das linhas especificadas e para cada Interface de Linha (A e B) do equipamento.

Requisitos de potência média do sinal

O valor da potência média deve ser inferior a 14 dBm (13,5 dBm ± 0,5 dBm) medida na faixa de frequências de 0 Hz a 1168 kHz.

A potência média do sinal é obtida com a transmissão da palavra de alinhamento de quadro e símbolos de igual ocorrência nas demais posições.

Procedimentos de ensaio relativos aos requisitos de potência média do sinal transmitido

A seguinte montagem de teste deverá ser realizada:

 

 

Figura 9 - Montagem de teste

 

 

Configurar o equipamento para transmitir um sinal pseudoaleatório com formatação de quadro e multiquadro na Interface de Linha. Se o equipamento for gerador de telealimentação, inibir geração da tensão de telealimentação;

Utilizar o medidor de nível seletivo com uma entrada de alta impedância, medindo na faixa de 0 a 1200 kHz;

Corrigir o resultado obtido para se ter o valor em dBm referenciado à carga de 135 ohms. Se a medida em dBm do medidor de nível seletivo for referenciada a uma carga Z diferente de 135 ohms, deve ser corrigida para ser referenciada a 135 ohms, de acordo com a correção a seguir:

 

Correção = 10 log (Z/135)

 

Repetir os procedimentos anteriores para cada uma das interfaces de linha existentes no equipamento.

Requisitos de tensão longitudinal de saída

O modem, na interface de linha, deve ter uma componente de tensão RMS longitudinal, medida em qualquer banda de 4 kHz por um período médio de 1 segundo, menor do que -50 dBv na faixa de frequências de 100 Hz a 400 kHz, e menor do que -80 dBv na faixa de frequências de 400 kHz a 1000kHz.

Procedimentos de ensaio relativos aos requisitos de tensão longitudinal de saída

A seguinte montagem de teste deverá ser realizada:

 

 

Figura 10 - Montagem de teste

 

 

Configurar o equipamento para transmitir um sinal pseudoaleatório com formatação de quadro e multiquadro na interface de linha. Se o equipamento for gerador de telealimentação, inibir geração da tensão de telealimentação. O terra de referência para o teste deve ser o fio terra do equipamento, caso esteja ligado. Caso contrário, deve ser utilizado o terra da placa digital do equipamento;

Utilizar o analisador com uma entrada de alta impedância e nas seguintes condições: RBW = 1 kHz; VBW = 3 Hz; Sweep Time = 250 s; Imput Range = 0 dBm.

Selecionar no analisador o modo de operação "LEVEL" e varredura linear cobrindo a faixa de frequências de 1 kHz a 501 kHz. Isto resulta em 500 medidas, cada uma em uma frequência espaçada de 1 kHz de sua predecessora e sucessora;

Medir com o analisador o nível de potência do sinal que resulta sobre a carga longitudinal de teste (resistor de 100 ohms em série com o capacitor de 0,15 uF) em qualquer largura de faixa de 4 kHz na faixa de frequências de 1 kHz a 501 kHz. Para se ter a medida numa largura de faixa de 4 kHz qualquer, é necessário somar 4 medidas consecutivas fornecidas pelo analisador, conforme segue:

Se as medidas do analisador forem referenciadas a uma carga Z diferente de 135 ohms, devem ser corrigidas para serem referenciadas a 135 ohms, de acordo com a correção a seguir:

 

Correção = 10 log (Z/135)

 

Para medir o nível do sinal longitudinal numa largura de faixa de 4 kHz deve-se selecionar adequadamente o valor de RBW do analisador. RBW determina a largura de faixa de 3 dB do filtro seletivo sintonizável do analisador, na saída do qual é feita a detecção do nível do sinal. De modo geral, RBW pode assumir valores que são múltiplos de dez dos valores 1 e 3 (3 Hz, 10 Hz, 30 Hz, 100 Hz, 300 Hz, etc). Neste caso deve-se medir o nível de sinal longitudinal com RBW igual a 1 kHz em quatro pontos consecutivos de frequência espaçados de 1 kHz. A potência em uma largura de faixa de 4 kHz é aproximadamente igual à soma dos quatro valores consecutivos medidos em larguras de faixa de 1 kHz.

Para aproximar o efeito de tomar-se o nível do sinal longitudinal numa média temporal de 1 segundo como estabelece a especificação, deve-se ajustar VBW do analisador para um valor menor ou igual a 10 Hz. O controle VBW determina a largura de faixa de 3 dB do filtro (de suavização) de vídeo, localizado depois do detector do nível do sinal.

Para se obter os valores em dBv, deve-se aplicar a seguinte fórmula de correção:

 

V = M - 8,7 dBv
onde:
V é o valor do nível do sinal em dBv;
M é o valor em dBm fornecido pelo analisador corrigido;
8,7 é o termo de correção para a impedância de 135 ohms.

 

Repetir os dois procedimentos anteriores, colocando a faixa de frequências de varredura do analisador entre 500 kHz e 1000 kHz. Realizar as medidas entre 500 kHz e 1000 kHz;

Repetir os procedimentos anteriores para cada uma das interfaces de linha existentes no equipamento.

Requisitos de grau de desequilíbrio

O grau de desequilíbrio deve ser:

maior do que 50 dB para frequências até 292 kHz;

maior do que 50 dB + 20 dB/década para frequências na faixa de 292 kHz a 1000 kHz.

O grau de desequilíbrio (impedância para a terra) é dado pela seguinte equação:

 

 

Lbal = 20 log |(ei)/(em)| dB

onde:

ei = tensão longitudinal aplicada (referenciada à terra)
em = tensão metálica resultante que aparece entre os terminais de 135 ohms

 

 

Procedimentos de ensaio relativos aos requisitos de grau de desequilíbrio

A seguinte montagem de teste deverá ser realizada:

 

 

Figura 11 - Montagem de teste

 

 

Colocar o equipamento no modo inativo. O terra de referência para o teste deve ser o fio terra do equipamento, caso esteja ligado. Caso contrário, deve ser utilizado o terra da placa digital do equipamento.

Utilizar o medidor de nível seletivo com uma entrada de alta impedância e o gerador de sinal com saída de impedância nula. A tensão EL deve ser aplicada e medida em relação ao terra de referência. O nível desta tensão deve ser de 1 V RMS.

Injetar um sinal senoidal longitudinal cuja tensão EL é 1 V RMS e medir a tensão transversal resultante VT, que nesta situação é o valor do grau de desequilíbrio. Tal procedimento deve ser executado nas seguintes frequências: 1kHz, 2 kHz, 4 kHz, 10kHz, 20 kHz, 40 kHz, 80 kHz, 100 kHz, 200 kHz, 400 kHz, 800 kHz e 1000 kHz.

Repetir os procedimentos anteriores para cada uma das interfaces de linha existentes no equipamento.

Para modems MSDSL os ensaios relativos aos requisitos de desempenho e de potência devem ser realizados com o modem operando a 2 fios, mas repetidos para ambas as interfaces de linha;

Para modems MSDSL os ensaios relativos aos requisitos de tensão longitudinal de saída e de grau de desequilíbrio devem ser realizados em ambas as interfaces de linha;

Requisitos para interface V.35

Recomendação V.35 da ITU-T (edição de 1984):

Ensaios aplicáveis aos sinais CT-103 e CT-104, e aos sinais CT-114 e CT-115, quando implementados:

Gerador: item II.3 do anexo II.

Receptor (carga): item II.4 do anexo II.

NBR 13415/1995:

Itens aplicáveis quando o produto opera com taxas de transmissão de dados até 100 kbps e possui na interface V.35 os sinais CT-105, CT-106, CT-107 e CT-109 implementados como circuitos não balanceados:

Gerador: item 5.2.1 e item 5.3.

Carga: item 5.2.2 e item 5.4.

NBR 13416/1995:

Itens aplicáveis quando o produto opera com taxas de transmissão de dados até 10 Mbps e possui na interface V.35 os sinais CT-105, CT-106, CT-107 e CT-109 implementados como circuitos balanceados:

Gerador: item 5.2.1, e item 5.3.

Carga: item 5.2.2 e item 5.4.

NBR 13417/1995:

Itens aplicáveis quando o produto opera com taxas de transmissão de dados até 20 kbps e possui na interface V.35 os sinais CT-105, CT-106, CT-107 e CT-109 implementados como circuitos não balanceados:

Carga: item 4.1.4. Com relação ao item 4.1.4.1, deve-se medir a resistência em corrente contínua, e verificar se está entre 3000 ohms e 7000 ohms.

Gerador: item 4.1.5.

Para carga e gerador: item 4.1.6.3.

Requisitos para interface V.36

Recomendação V.36 do ITU-T:

Características elétricas da interface V.36.

Requisitos para interface E1

Avaliar requisitos técnicos vigentes na íntegra, no que for aplicável.

Requisitos de compatibilidade eletromagnética

Avaliar requisitos técnicos vigentes na íntegra, no que for aplicável.

Especificidades para os procedimentos de ensaio:

Os ensaios devem ser feitos com os modems operando na mesma configuração do ensaio de desempenho, porém interligados diretamente sem a introdução de linha simulada.

Para modems MSDSL os ensaios devem ser feitos com os modems operando na mesma configuração de desempenho, porém interligados diretamente, sem a introdução de linha simulada e com o modem operando a 2 e 4 fios.

Requisitos de segurança elétrica

Avaliar requisitos técnicos vigentes na íntegra, no que for aplicável.


Referência: Processo nº 53500.081332/2017-69 SEI nº 2130362